sexta-feira, 29 de agosto de 2014

BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
071: (29.08.2014) Boa Tarde para Você, Felipe Neri Coelho
Nós, os juazeirenses, temos sido nestes recentes anos, profundamente incomodados e magoados com uma série muito diversa de problemas urbanos. O crescimento desordenado desta cidade tem gerado um extraordinário desconforto aos seus habitantes e aos seus usuários, como em poucas oportunidades tem sido isto patenteado em cidades emergentes como a nossa. Diz-se, frequentemente, que aqui tudo ocorre sem um planejamento eficiente que contorne estas angústias antecipadas. Meu caro doutor Felipe Neri Coelho, quero crer que você deve saber que o primeiro esforço sensato para dotar esta cidade de um plano diretor, se verificou aí pelo ano de 1909, e já no primeiro dia daquele ano, Pelúsio Correia de Macedo colocou na mesa do Padre Cícero um relatório que registrava o levantamento sobre as ruas do povoado, o número de seus habitantes, e detalhes sobre profissionais, comércio, pequena indústria e serviços públicos existentes. Éramos, exatos 15.050 viventes neste chão do Juazeiro. Com este pequeno mergulho, Felipe, ainda tão superficial, e mais adiante com o apoio técnico do engenheiro Conde Adolphe Achille van den Brule que acabara de chegar, pôs-se em andamento, o esboço de um plano de desenvolvimento urbanístico, que nos preparava para a emancipação. A herança destes primeiros passos foi muito mal cuidada pelas administrações públicas dos anos subsequentes. Lamentavelmente não tivemos muita sensibilidade para desenhar este futuro que já se prenunciava, não só quando vimos que o fenômeno religioso teria grande curso, e bem assim quando as máquinas começaram a tomar de conta das ruas, trazendo gente e mercadorias, e aqui plantando toda a diversidade de atividades econômicas que nos transformaram. Então, Dr. Felipe, vive-se hoje na cidade velha os vexames das ruas estreitas, das calçadas apertadas, de mal traçadas ruas e de critérios vesgos que fizeram a ocupação do solo no perímetro urbano completamente em desacordo com esta modernidade que se conquistava por aeroporto, eletrificação, industrialização, e o crescimento populacional que explodiu em demanda da casa própria. Este dito perímetro central tornou-se a essência destes vexames pela falta de uma disciplina que não impediu que largos espaços fossem tomados para estacionamentos e que nada de novo tenha surgido dentro de um pretenso código de posturas que pudesse regular a reforma continuada das edificações e equipamentos urbanos, quase sempre mantidos por uma arquitetura feia, desajeitada, sem funcionalidade diante de novas demandas de acessibilidade e adequação. Hoje, Felipe Coelho, penso que a cidade está entregue à sua própria sorte para seguir aos trancos e barrancos, sem que nenhuma intervenção sensata lhe seja assegurada para que possamos ainda conviver com alguma harmonia entre a velha cidade e os promissores e exuberantes espaços de uma nova cidade que se estica desde o Brejo Seco, passando pela Betolândia, pelo Novo Juazeiro, Tiradentes, Campo Alegre, Cidade Universitária, Lagoa Seca, Distrito Industrial e Frei Damião. Por estes alinhavados argumentos, meu caro doutor, tenho acompanhado, um tanto à distância, a trajetória cidadã e profissional de Felipe Coelho, empresário da construção civil, líder sindical e homem de sensibilidade que não recua diante da pauta que o insere civilizadamente no foco das discussões, quando pensamos em melhores dias. Recai sobre você e esta geração mais inquieta, parte destas preocupações com as quais gostaríamos de ver implementadas as soluções inteligentes para solucionar estas perturbações. Essa é a nossa cidade, Dr. Felipe, e me perdoe se numa visão tão simplificada, mas com seus erros e acertos, e de uma herança atávica e generosa dos que nos precederam, fruto deste sangue velho de avós que ainda hoje correm por nossas veias, nos inspiram na luta e entre sístoles e diástoles de corações apaixonados, nos fortalecem, como a nos dizer, em todos os dias de nossas vidas, “... e verás que um filho teu não foge à luta”.   
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 29.08.2014)

ICVC: DIRETORIA E NOVA SÉDE
Depois da nova eleição para a escolha da equipe dirigente para o período 2015-2016, o ICVC tivemos no dia 19 pp, a eleição para a nova diretoria, o Instituto Cultural do Vale Caririense – ICVC se volta para a sua instalação em novo endereço. Fomos expulsos da Biblioteca Pública Municipal Dr. Possidônio da Silva Bem. Tivemos que retirar às pressas os nossos móveis e a nossa biblioteca. Lamentavelmente, todos os nossos livros foram etiquetados como se pertencessem à biblioteca municipal, numa apropriação indevida daquela instituição. Agora estamos ocupando um novo espaço. Trata-se de uma concessão da Faculdade de Juazeiro do Norte (FJN) que, sensível ao nosso pedido, nos cedeu em comodato uma sala, em ótimas condições e com ar condicionado, para a qual foram levados todos os pertences do ICVC (móveis, biblioteca, etc). Também, neste endereço (Rua da Conceição, 1.362, Bairro São Miguel CEP 63.010-220, Juazeiro do Norte, CE, vide foto acima), teremos a facilidade de acesso em horário comercial, bem como ao uso de área comum, e um pequeno auditório.  Continuaremos, conforme o combinado, também utilizando o auditório maior da FJN, sito à Rua São Francisco, onde se realizou a votação do dia 19. Poderemos usá-lo em nossas reuniões mensais e em outros eventos. Contudo, continuaremos nossa luta para uma sede definitiva. Nos próximos dias a atual diretoria se posicionará sobre o agendamento da data para a posse da nova diretoria e, principalmente, a celebração dos 40 anos do ICVC.

CIDADÃO JUAZEIRENSE
Tem novo Cidadão Honorário a cidade de Juazeiro do Norte, mediante a Resolução N.º 720, de 21 de Agosto de 2014, do Presidente da Câmara Municipal, com a qual fica concedido o Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Ilustre Senhor Maxwell Pariz Xavier, pelos inestimáveis serviços prestados à esta comunidade. Autoria: José Adauto Araújo Ramos; Subscrição: Antônio Vieira Neto - José Ivan Beijamim de Moura – Rubens Darlan de Morais Lobo – Firmino Neto Calú – Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro – Danty Bezerra Silva – João Alberto Morais Borges – Francisco Alberto da Silva – Paulo José de Macêdo – José Tarso Magno Teixeira da Silva – Maria de Fátima Ferreira Torres - Maria Calisto de Brito Pequeno – Rita de Cássia Monteiro Gomes e Auricélia Bezerra. Formado em Pedagogia e Direito, Maxwell Pariz Xavier é comissário de Justiça da Infância, da Juventude e do Idoso. Professor universitário de Direito Constitucional, leciona também Direito Público na Escola de Administração de Justiça – ESAJ e em diversos cursos preparatórios para concursos. É titular do Cartório do 1º Oficio de Juazeiro do Norte.


MEDALHA ZUMBI DOS PALMARES
Pela  Resolução N.º 721, de 21 de Agosto de 2014, o legislativo municipal instituiu a MEDALHA ZUMBI DOS PALMARES, em consonância com a Lei Federal n.º 12.519, de 10 de novembro de 2011, e que será concedida a pessoas físicas ou a entidades públicas e privadas que hajam prestado relevantes serviços ao Município de Juazeiro do Norte, contribuindo de alguma forma na conscientização e na formação da identidade negra do povo brasileiro.  A Medalha Zumbi dos Palmares, como Comenda do Poder Legislativo, será entregue pela Edilidade Juazeirense, anualmente, no mês de novembro, pela Câmara Municipal de Juazeiro do Norte, sempre durante a Semana das Tradições e Artes Negras Contemporâneas. Caberá a cada Vereador entregar uma única Medalha, uma vez por ano. Autoria: Maria de Fátima Ferreira Torres; Coautoria: Glêdson Lima Bezerra; Subscrição: Rita de Cássia Monteiro Gomes e Maria Calisto de Brito Pequeno 

 DESPERDÍCIO DE ÁGUA
Importante matéria foi veiculada pelo Portal G1, da responsabilidade do sistema Verdes Mares de Comunicação, com respeito ao desperdício de água em nossa cidade. Vale apena transcrever aqui para sua leitura e reflexão. “Fortaleza desperdiça 43% de toda água distribuída na cidade, segundo o ranking de saneamento básico, divulgado nesta quarta-feira (27) pelo Instituto Trata Brasil. O estudo contempla as 100 maiores cidades do Ceará, e Fortaleza ficou em 66º na lista dos municípios que mais perdem água na distribuição. Ainda segundo o estudo, Juazeiro do Norte também perde 43% da água tratada e Caucaia, 46%. Os dados são do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do Ministério das Cidades. A última atualização é referente a 2012. O diretor de operações da Cagece, Josineto Araújo, afirma desde 2012 a companhia responsável pela distribuição de água no Ceará já adotou medidas para reduzir esse número. "Em Caucaia já foram feitas algumas obras para reduzir a perda de água. Também estamos com a equipe de caça-vazamentos, isso faz com que a gente reduza a perda desse faturamento. Todas as cidades têm trabalho com foco na redução de perda, estamos buscando isso". Segundo Josineto Araújo, e média de perda de água no Ceará é de 24%. A meta é reduzir esse índice para 20% até 2020. O estado do Ceará sofre a pior seca dos últimos 50 anos. Cento e sessenta e nove das 184 cidades do estado tiveram situação de emergência decretada pelo governo estadual e reconhecida pelo Governo Federal, segundo a Defesa Civil. De acordo com o estudo, as perdas se refere à água que foi tratada e fornecida para consumo, mas que não foi cobrada porque se perdeu em vazamentos, foi roubada em ligações clandestinas ou teve erros na medição. Segundo a ONG, sem o retorno do dinheiro gasto com energia e produtos químicos para tratar a água, as empresas investem menos na melhoria do sistema. Segundo o levantamento, em 62 das 100 cidades analisadas, se perdeu entre 30% e 60% da água tratada para consumo no ano de 2012. Em cidades como Porto Velho e Macapá, a cada 10 litros de água produzidos, sete foram perdidos. Somente quatro cidades mantiveram as perdas abaixo de 15%. “Isso é preocupante vindo de cidades que têm poder econômico para resolver essas perdas e que deveriam impulsionar a melhora deste indicador, que tem uma influência grande na expansão do sistema de saneamento básico”, afirma o presidente-executivo da Trata Brasil, Édison Carlos. Para Édison Carlos, as cidades que desperdiçam mais de 70% da água têm um "descontrole total” da distribuição. “Não há controle de vazão, de pressão das linhas. As perdas são altíssimas.” Desde 2009, o Instituto Trata Brasil elabora o ranking que avalia as condições de saneamento básico em 100 cidades brasileiras com mais de 250 mil habitantes. São analisados critérios como rede de fornecimento de água potável, coleta e tratamento de esgoto, além das perdas de água. Pela primeira vez, o Instituto Trata Brasil fez uma projeção com as 20 piores e as 20 melhores cidades para saber se elas alcançarão a meta do governo de universalização do saneamento básico até 2033 – 92% da população com serviço de coleta e 86% do esgoto tratado. Caso mantenham o ritmo de poucos avanços no setor, 19 das 20 piores cidades não alcançarão a meta – a exceção é Manaus. Entre as 20 melhores, 14 já atingiram a universalizazção, e outras 6 precisam manter o ritmo de investimento no saneamento para alcançar a meta do governo federal. As 20 melhores e as 20 piores do ranking do saneamento: 1- Franca (SP); 2- Maringá (PR); 3- Limeira (SP); 4- Santos (SP); 5- Jundiaí (SP); 6- Uberlândia (MG); 7- São José dos Campos (SP); 8- Sorocaba (SP); 9- Curitiba (PR);  10- Ribeirão Preto (SP);11- Ponta Grossa (PR); 12- Taubaté (SP); 13- Londrina (PR); 14- Niterói (RJ); 15- São José do Rio Preto (SP); 16- Volta Redonda (RJ); 17- Praia Grande (SP); 18- Belo Horizonte (MG); 19- Uberaba (MG); 20- Piracicaba (SP); 81- Natal (RN); 82- Manaus (AM); 83- Várzea Grande (MT); 84- Cariacica (ES); 85- Aparecida de Goiânia (GO); 86- Belford Roxo (RJ); 87- Canoas (RS); 88-Juazeiro do Norte(CE); 89- Teresina (PI); 90- São Gonçalo (RJ); 91- Santarém (PA); 92- Gravataí (RS); 93- Duque de Caxias (RJ); 94- São João de Meriti (RJ); 95- Nova Iguaçu (RJ); 96- Macapá (AP); 97- Belém (PA); 98- Jaboatão dos Guararapes (PE); 99- Ananindeua (PA); 100- Porto Velho (RO).