terça-feira, 12 de agosto de 2014

BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
064: (11.08.2014) Boa Tarde para Você, Gilberto Magalhães Sobreira
Em nossas rodas de conversas, em manhãs dominicais na Praça, temos desembarcado nos temas políticos, na abertura da temporada da campanha política. Eu procuro sempre ouvi-lo, Gilberto Sobreira, lembrando a sua juventude como líder estudantil, o mandato de vereador que o voto popular lhe conferiu e o empresário bem sucedido que é nesta maturidade da vida. Em essência, o que você e eu sempre temos lamentado, reside no absoluto desconforto como vemos hoje o homem público completamente despreparado para a missão. Há poucos dias, Gilberto, assistindo a estes ajustes tão imorais que temos presenciado na acomodação pré-eleitoral, eu comecei a ler alguns textos para deles tirar algumas lições proveitosas de seus sentimentos e de suas observações, quando estes desapontamentos nos ocorrem. Por exemplo, de um general da ditadura militar, pessoa que não conheceu o ex-presidente Lula, encontro registrado, e em tom profético, o seguinte: "Ponha-se na presidência qualquer medíocre, louco ou semianalfabeto, e vinte e quatro horas depois a horda de aduladores estará à sua volta, brandindo o elogio como arma, convencendo-o de que é um gênio político e um grande homem, e de que tudo o que faz está certo. Em pouco tempo transforma-se um ignorante em um sábio, um louco em um gênio equilibrado, um primário em um estadista. E um homem nessa posição, empunhando as rédeas de um poder praticamente sem limites, embriagado pela bajulação, transforma-se num monstro perigoso". A fabricação deste gênio político de que fala o general, Gilberto, parece estar no íntimo destas mazelas mais recentes que fizeram desaparecer por completo os sinais sensatos e equilibrados dos partidos políticos brasileiros. Nascidos sob o signo de uma esperança que a nacionalidade acalentava no reencontro com a democracia, os partidos políticos são a vergonha nacional, que ensandecidos, não reconhecem o julgamento que o povo lhes faz. Encontro também, Gilberto, num texto de Alisa Rosenbaum, uma judia nascida na Rússia em 1905, falecida em New York, em 1982, cidadã americana, escritora e filósofa, a reflexão mais inquietante e quase profética, nos seguintes termos:
"Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em autossacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada". O que nos é angustiante, Gilberto, nestas horas de tantas incertezas, é sentir que estas opções políticas que estão aí, veiculadas por uma mídia avassaladora, são desprovidas de qualquer proposta que nos sirva de amostra para até perceber as falsas intenções destes homens que querem o nosso voto. É numa hora destas, Gilberto Sobreira, que sentimos para onde caminha a nossa própria infelicidade.

CASA DA INDÚSTRIA CARIRI
Na terça-feira, dia 5, por ocasião da inauguração da Casa da Indústria, foi formado o Conselho Consultivo do Polo Regional de Inovação. Na quarta, dia 6, houve a primeira reunião com a presença do consultor e professor David Bentolila, da Universidade Ben-Gurion, de Israel.
O Conselho Consultivo servirá como fórum de discussão das questões fundamentais para a promoção da inovação na região e na gestão do Polo. A presidente do Conselho, nomeada a empresária, Patricia Neri Coelho, será uma dos líderes industriais da região.
O Conselho tem por objetivo primordial criar um ambiente de participação dentro do processo de inovação industrial das entidades regionais, e entre elas e as entidades nacionais. O Conselho constitui-se da agregação de forças políticas (institucionais ou não) e deve refletir a diversidade socioeconômica da região.


CENTENÁRIOS DE JUAZEIRO
Todos conhecem bem a expressão feliz de Mons. Murilo de Sá Barreto quando dizia; Juazeiro é uma terra de pouca Geografia e muita História. Ele queria dizer com isto que não obstante a simplória configuração geográfica do município, de pequenas dimensões, a terra tinha abrigado um sem número de grandes eventos em sua trajetória histórica. E isto é muito verdadeiro. Mais recentemente tivemos a oportunidade de celebrar muitos centenários, capitaneados pela memória de nossa emancipação política. Gostaria de fazer aqui uma revisão sobre as grandes celebrações de Centenários ligados à história de Juazeiro do Norte, citando:
Centenário da Fundação do Povoado de Juazeiro, em 15.09.1827
Centenário de Morte do Brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro, 05.12.1831
Centenário de Nascimento de José Joaquim Telles Marrocos, em 26.11.1842
Centenário de Nascimento do Pe. Cícero Romão Baptista, em 24.03.1844
Centenário de Nascimento do Pe. Benjamim de Figueiredo Sampaio, em 29.10.1852
Centenário de Nascimento de Maria Magdalena do Espírito Santo de Araújo, em 1862
Centenário de Morte de Joaquim Romão Baptista, em 28.06.1862
Centenário de Ordenação Sacerdotal do Pe. Cícero Romão Baptista, em 30.11.1870
Centenário da Celebração da primeira missa pelo Pe. Cícero em Juazeiro, em 24.12.1871
Centenário da Chegada do Pe. Cícero Romão Baptista a Juazeiro, em 11.04.1872
Centenário de Nascimento de Floro Bartholomeu da Costa, em 17.08.1876
Centenário de Ordenação Sacerdotal do Pe. Benjamim Sampaio de Figueiredo, em 30.11.1877
Centenário de Inauguração e Benção da Igreja de Nossa Senhora das Dores, em 23.08.1884
Centenário da Nomeação do Pe. Cícero Romão Baptista para Vigário de Caririaçu, em 21.12.1887
Centenário de Fundação das Conferências Vicentinas de Juazeiro, em 19.07.1888
Centenário do Milagre Eucarístico de Juazeiro, em 06.03.1889
Centenário de Nascimento do Pe. Azarias Sobreira Lobo, em 24.01.1894
Centenário da Viagem do Pe. Cícero Romão Baptista a Roma, em 13.01.1898
Centenário da Reabilitação do Pe. Cícero Romão Baptista, em 07.09.1898
Centenário da Bênção do Cruzeiro do Cemitério do Socorro, em 05.10.1906
Centenário da Chegada de Floro Bartholomeu da Costa a Juazeiro, em 1908 
Centenário da Imprensa Escrita de Juazeiro, em 18.07.1909
Centenário de Nascimento de José Joaquim Telles Marrocos, em 14.08.1910
Centenário da Emancipação Política de Juazeiro, em 22.07.1911
Centenário da Inauguração da Vila de Juazeiro, em 04.10.1911
Centenário do Pacto dos Coronéis, em 04.10.1911
Centenário da Posse do Pe. Cícero como 1º Prefeito de Juazeiro, em 04.10.1911
Centenário da Eleição do Pe. Cícero Vice-Presidente do Estado do Ceará, 20.01.1912
Centenário da Sedição de Juazeiro do Norte, em 1913-1914 (04.03.1914 – Estado de Sítio)
Centenário da Morte da Beata Maria de Araújo, em 17.01.1914
Centenário da Cidade de Juazeiro do Norte, em 23.07.1914
Centenário da Criação da Comarca de Juazeiro, em 23.07.1914 
Centenário da Morte de Joaquina Vicência Romana, mãe do Pe. Cícero, 05.08.1914
Nem sempre fizemos para cada um destes momentos a devida celebração. Por exemplo, esta última foi uma simples menção pela imprensa. Mas, o que há pela frente ainda para ser lembrado, pelo menos? Cito os seguintes:
Centenário da Fundação do Serviço Militar de Juazeiro, o Tiro de Guerra, em 16.02.1916
Centenário do Orfanato de Jesus Maria José, em 08.09.1916
Centenário da Criação da Paróquia-Matriz de Nossa Senhora das Dores, em 21.01.1917
Centenário de Ordenação Sacerdotal do Mons. Azarias Sobreira Lobo, em 22.04.1917
Centenário da Liga Desportiva Juazeirense, em 24.03.1922
Centenário da Morte de Angélica Vicência Romana, irmã do Pe. Cícero, em 06.10.1922
Centenário da Associação Comercial de Juazeiro, em 01.01.1924
Centenário da Morte do dep. Floro Bartholomeu da Costa, em 08.03.1926
Centenário da Inauguração da Estação Ferroviária de Juazeiro, em 08.11.1926
Centenário de Fundação do Círculo Operário São José, em 29.06.1930
Centenário de Morte do Conde Adolphe Achille van den Brule, em 30.07.1932
Centenário do Primeiro Aeroporto de Juazeiro, em 17.02.1933
Centenário da Criação da Primeira Escola Normal Rural do Brasil, em Juazeiro, em10.01.1934
Centenário da Inauguração da Primeira Escola Normal Rural do Brasil, em Juazeiro, em13.06.1934
Centenário de Morte do Pe. Cícero Romão Baptista, em 20.07.1934
  
CINE CAFÉ
A Paixão de Joana D´Arc (La Passion de Jeanne d'Arc, 1928) é um filme ainda mudo, de origem francesa, dirigido por Carl Theodor Dreyer. O roteiro é baseado nos documentos históricos do julgamento de Joana e reconhecido mundialmente como um marco na história do cinema. Foi o primeiro filme produzido sobre a heroína francesa. A renomada crítica de cinema da revista The New Yorker, Pauline Kael, considerou o trabalho de Falconetti como “talvez a melhor interpretação de um ator já gravada em película”. Elenco: Renée Falconetti (Personagem: Jeanne d'Arc), Eugene Silvain (Personagem: Bispo Pierre Cauchon), Andre Berley (Personagem: Jean d'Estivet), Maurice Schutz (Personagem: Nicolas Loyseleur), Michel Simon (Personagem: Jean Lemaître), Jean d'Yd (Personagem: Guillaume Evrard), Léon Larive (Personagem: Juiz). Sinopse: O cineasta dinamarques Carl Theodor Dreyer mostra o grande sofrimento interior da jovem frente as acusações e o abandono tanto dos membros da Igreja Católica quanto de seus compatriotas. O cenários e figurinos são simples e há muitos close-ups no rosto dos atores. O filme detalha as últimas horas de vida de Joana e ocorre após ela ter sido capturada pelos ingleses, cobrindo a prisão, tortura, julgamento e execução da heroína. O que mais chamou a atenção do filme em seu lançamento, foi o trabalho de câmera, inovador na época, e o método de trabalho de Dreyer, que impediu que seus atores usassem maquiagem no filme, de maneira que suas expressões faciais, tomadas em close, sobressaíssem mais.  Falconeti recebeu vários prêmios por sua multifacetada performance como Joana, neste que foi seu segundo e último papel no cinema. Dreyer tentou usar em seu filme a nova tecnologia de som, que no ano anterior surgiu em O Cantor de Jazz, o primeiro filme sonoro, mas com um orçamento insuficiente para tal, o fez mudo, com legendas. O filme foi banido na Inglaterra, por mostrar cenas em que Joana é atormentada por soldados ingleses que lembravam graficamente a tortura de Cristo pelos romanos e seu negativo original dado como perdido durante décadas, até a fita master ser encontrada num sanatório para doentes mentais em Oslo, na Noruega, em 1981. Esta versão é hoje disponível em DVD. A revista Sight and Sound, uma das mais reverenciadas sobre cinema por críticos e cineastas, colocou 'A Paixão de Joana D'Arc' como um dos dez maiores filmes de todos os tempos em suas listas de 1952, 1972 e 1992, e Falconetti é colocada como a 26ª maior interpretação do cinema e a primeira da era do cinema mudo, na lista da Premiere, a mais importante dos Estados Unidos.

CINEMATOGRAPHO
Estamos divulgando a programação para o restante do mes de Agosto, do Cinematographo, no SESC de Juazeiro do Norte, sempre nas noites de quartas feiras.
Dia 13: A vida dos Outros (Alemanha, 2006);
Dia 20: Pina (Alemanha, 2011); e
Dia 27: Adeus, Lenin! (Alemanha, 2003).


FESTIVAL DE CINEMA DE GRAMADO
Está acontecendo na Serra Gaúcha o mais importante Festival de Cinema do Brasil. Este ano se faz uma homenagem especial a José Wilker. Ele era um membro nato da comissão de seleção da pauta do festival, um dos responsáveis pela seleção dos filmes que integravam até o ano passado as mostras nacionais e internacionais. Neste 2014, a Gramadotur, autarquia municipal responsável pela realização dos eventos públicos de Gramado, passa a estar à frente do evento, conferindo mais transparência ao festival que premia produções de curtas e longas metragens. Neste ano, uma nova curadoria passa a selecionar os longas em competição: com o falecimento de José Wilker, a argentina Eva Piwowarski - a primeira curadora estrangeira do Festival, reforça o trio já formado por Marcos Santuario e Rubens Ewald Filho. Numa homenagem especial ao ator juazeirense, a abertura do Festival se deu, no último dia 8, com a exibição do último filme realizado por Zé Wilker – Isolados. O longa-metragem “Isolados”, dirigido por Tomás Portella, foi escolhido para abrir o evento, fora da mostra competitiva. Trata-se do último e ainda inédito trabalho de Wilker no cinema. Em abril deste ano, um infarto vitimou o ator, que também era um dos curadores do festival. Na cerimônia no Palácio dos Festivais, uma placa com o nome de José Wilker foi entregue à viúva Claudia Montenegro e à filha de José Wilker, Mariana Vielmond, que assina o roteiro de “Isolados”. “É difícil conter a emoção. A gente queria dizer que recebe essa homenagem com muita gratidão. São homenagens como essa que fazem com que meu pai continue aqui, junto da gente. Essa homenagem é mais especial por ser no Festival de Gramado, que ele tinha um envolvimento muito grande, recente e antigo, porque ele me trouxe aqui há mais de 10 anos. Tenho muitas recordações daqui”, disse a roteirista. Ao lado do elenco, composto por Regiane Alves e Bruno Gagliasso, o diretor Tomás Portella também lembrou a memória do ator. “Queria agradecer ao Wilker, que é um cara por quem eu tinha um carinho, uma relação pessoal muito grande. Ele é totalmente envolvido no nosso filme, a Mariana escreveu o roteiro. Para mim é uma honra ter ele em um filme meu. É uma pena a gente estar fazendo uma homenagem pra ele e não ter ele aqui, mas ao menos a gente eternizou ele de alguma forma”, disse o cineasta Tomás Portella, no palco, minutos antes da projeção. “A memória do Zé vai estar sempre presente nas nossas vidas, pela pessoa que ele é. Pelo caráter dele. Nesse filme a gente não contracena, mas era sempre muito bom estar com ele. E ainda é um texto da filha dele, ou seja, é um momento muito especial”, disse a atriz Regiane Alves antes da exibição do longa-metragem. “Ele faz falta para todo mundo. Em pouco tempo em que a gente esteve junto, deu para sentir que ele era um cara muito querido por todos”, completou o ator Bruno Gagliasso.

HISTÓRIA VIVA & JUAZEIRO
Já está nas bancas de revistas do pais o mais novo número da História Viva, nº 130, apresentando o seu DOSSIÊ DO MÊS: Fanatismo e revolução. Por trás dos componentes messiânicos, episódios como Canudos, Contestado e Juazeiro têm motivações, desdobramentos e consequências mais complexas. Em nosso dossiê "Messianismo", o historiador Vicente Dobroruka mostra como Euclides da Cunha “construiu” a figura de Antônio Conselheiro, o escritor Paulo Derengoski analisa as causas da rebelião dos camponeses expulsos de sua terra no Contestado e Edianne dos Santos Nobre, especialista no movimento de Juazeiro, põe em questão a visão clássica sobre os episódios e o protagonismo do padre Cícero.






NORDESTE REINVENTADO
Quem estiver passando por São Paulo e tiver um tempinho para um bom lazer, não deve perder a oportunidade para ver a Exposição Nordeste Reinventado na Imagem Gravada, que estará disponível no Centro Cultural de São Paulo, entre este início de Agosto e o próximo 12 de outubro, sob a curadoria de Bené Fonteles. A mostra procura compreender pela vasta iconografia da xilogravura nordestina - com mais de um século de atuação gráfica - como o artista popular do Nordeste pode criar um extraordinário acervo de imagens e com ele construir um rico imaginário que relevou uma região em suas amplas nuances culturais e políticas, econômicas e religiosas. Da tradição à contemporaneidade, de Mestre Noza a Francisco de Almeida, de J. Borges a Samico, a exposição é composta de cerca de 200 xilogravuras dos artistas populares aos contemporâneos totalizando 25 gravadores: Stênio Diniz, Gilvan Samico, José Lourenço, Francisco de Almeida, Mestre Noza, João Pedro do Juazeiro, J. Borges, Costa Leite, Elias Santos, Abraão Batista, Dila, Nilo, Airton Laurindo, Fracorli, José Altino, Expedito da Silva, Naldo, Manoel Inácio, Cícero Lourenço, Antônio Celestino, Amaro Francisco, Ciro Fernandes, Minelvino Silva, Enéas e Waldêredo Gonçalves. Portanto, 13 juazeirenses estão presentes da Mostra. O acesso à mostra pode ser nos dias de terça a sexta, das 10 às 20h e aos sábados, domingos e feriados, das 10 às 18h, no Piso Caio Graco, do Centro.

O CAMINHO DE VOLTA
Reproduzo aqui, e com prazer, o texto de opinião do empresário Humberto Mendonça, ontem (10.08) veiculado numa página do Diário do Nordeste, sob o título de O caminho de volta.
“Com muito orgulho, sou filho de Brejo Santo. O meu bisavô, Lourenço Gomes da Silva, foi o primeiro prefeito local. Ele era irmão de Basílio Gomes da Silva, o patriarca maior, reconhecidamente o fundador da cidade, responsável pela formação política das lideranças do lugar. Historicamente, todos os prefeitos municipais, depois de Lourenço Gomes até nossos dias, vieram desse tronco familiar. O meu avô Domingos Lourenço e minha avó dona Milinha, marcaram-me muito pela bondade e pelo caráter. Fui criado por eles até os 8 anos de idade. Em 1952, meus pais resolveram migrar para Juazeiro do Norte, terra do meu pai, Aurino Mendonça, meu grande mestre nas lições de honestidade e formação do caráter, ao lado de minha mãe, dona Maria Luíza. Enquanto os meus avós eram vivos, eu os visitava constantemente. Depois com o seu desaparecimento, me ausentei do Brejo. Morando no Crato, e na qualidade de presidente da Associação Comercial, resolvi criar uma associação congênere na minha cidade natal. Foi uma festa muito prestigiada pela sociedade, no Clube Brejosantense. À época, disse que, após 25 anos de ausência, estava voltando para aquele acontecimento histórico. Lembrava, estar retornando, depois de muito tempo, porque não perdi o caminho da volta. Do Brejo saí garoto com 12 anos. No Juazeiro do Norte forjei o meu caráter de homem até os 25 anos, quando dei minha contribuição à sociedade de várias maneiras. Fui presidente do Centro Estudantil Juazeirense, orador do Treze Esporte Clube ao lado do grande e inesquecível Antonio Fernandes Coimbra (Mascote), também fundador do Rotary Clube. Além de uma convivência marcante com empresários e professores, muitos amigos generosos marcaram a minha vida. No Crato, onde atuo até hoje, foi a mesma dedicação às causas sociais, empresariais e à política, como presidente da Associação Comercial, delegado da Federação das Indústrias do Ceará por 10 anos, presidente da Associação dos Maquinistas de Algodão do Nordeste, vice-prefeito e rotariano. Por estar morando em Fortaleza, continuo sendo rotariano honorário, sem perder o vínculo com esse grupo de pessoas maravilhosas do Cratinho de açúcar. Testemunhando tantos acontecimento na vida do País e do Ceará, hoje tenho orgulho de ser filho do Brejo Santo, uma das cidades mais progressistas do Cariri.”