quarta-feira, 2 de julho de 2014

 BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
045: (27.06.2014) Boa Tarde para Você, Maria Soares da Silva
Boa tarde para você minha querida tia Mariazinha Soares. É com grande afeto que a saúdo nesta antevéspera dos seus oitenta e cinco anos. Felizmente, você é destas criaturas que não nos esconde a idade e, por isto mesmo, sentimos muito felicidade que sua vida seja hoje, ainda, embora com alguns percalços na saúde, uma boa imagem desta graça terrena que sentimos na fraterna convivência familiar. Você foi a última dos filhos de Neném e Antonio Soares, gente pacata e trabalhadora nos campos agrícolas da Viçosa, nas terras das Alagoas, romeiros do Padre Cícero, desde o começo do século XX. Deste modo, entre oração e trabalho, sua vida assistiu resignada a muitas perdas e danos. Firmemente, e sabe-se lá com que dores no coração, você foi vendo partir os avós e pais, para depois, um a um, os irmãos amados que ainda hoje estão presentes em seus sonhos, nas alegrias e tristezas, e em todos estes momentos bem vividos e relembrados na sua solidão. Disso você dirá de saudades eternas, de Sizenando, de Etercília, de Zuza, de Nazaré, de José, de Edmilson, de Doralice, de Zuleica e de Silvanir. E de tios, primos e cunhados, e mais outros que se acercaram tão intimamente desta família, não sendo, senão, membros queridos desta mesma fraternidade. Da velha confraria dos Soares, entre as moradas da Rua São Francisco e São Pedro, nos anos trinta, até este último recanto tão decantado, da Rua São José, a família hoje se resume à sua existência e a da querida Ivaniza, sua irmã mais velha, em terras paulistanas. Você, tia Babá, juntamente com a tia Niza, são estas reservas importantes que tanto animam estes sobrinhos de agora. Como um filme, relembro sua vida estudantil, especialmente a de professoranda ruralista na velha e querida Escola Normal. Você foi da décima segunda turma, em 1948, onde também estavam suas amigas e colegas: Teresinha Teixeira, Wanda Aderaldo, Oneide Brito, Lúcia Alencar, Irenilce Xavier, Terezinha Santana, Maria Ribeiro, Cleide Esmeraldo, Zeniura Moreira, Zenith Feitosa, Zeneida Lacerda, Olivia Mota, Rosa Gonçalves, Paula Frassinete Rodrigues, Zaira Xavier, Teresinha Pita, Lisieux Alves, Maria Sisnando, Maria Saraiva e Delfina Correia.  Depois a vida docente nesta mesma Escola que a formou, o serviço de extensão rural da antiga ANCAR – de saudosíssima lembrança – por tantos e expressivos serviços prestados à agricultura e à pecuária de nosso país. Foi quando lhe perdemos por um bom tempo, nas terras do interior cearense, de alguns recantos de Pernambuco e em longínquos chãos baianos. Felizmente, trazida de volta ao convívio da família, a vimos com garra para contribuir com a COHAB-Ceará, no exato momento em que ganhávamos o primeiro conjunto habitacional popular, quando esta cidade vivia o reinício do seu desenvolvimento, pós-eletrificação. Enfim, minha querida tia Maria, como é ainda hoje, para mim, doce e poético vê-la a passos curtos nos passeios, na calmaria possível da Rua São José, numa tarde de domingo, indo rezar na igreja, fortalecendo ainda mais esta fé inquebrantável que alimenta sua vida, ou em busca de uma prosa na roda da calçada com seus sobrinhos! Deus te cubra de graças e isso nos permita tê-la por muitos mais anos, na alegria de abraçá-la e festejar o dom de sua vida.

046: (30.06.2014) Boa Tarde para Você, Antonio Pereira de Figueiredo
Fiquei muito feliz em reencontrá-lo noutra manhã, e por isto saber das suas últimas preocupações com esta nossa amada cidade de Juazeiro do Norte. É que eu me acostumei a vê-lo assim, frequentemente, angustiado e pensativo. E mais ainda, Antonio, por conhecer suas intenções em amiudar o conhecimento sobre o patrimônio material e histórico que ainda resta em pé, “divisado” por onde nossa vista alcança ao redor do dito centro velho para, quem sabe, encetar campanha por sua preservação. Você e eu sabemos, e bem assim muitos outros angustiados de carteirinha, que o modo civilizado que há por aí recomenda que edifícios, logradouros, monumentos e demais equipamentos urbanos de expressão sejam tombados. Muitos, por falta de melhor informação, estranham isto. Penso que não custa nada esclarecer, Antonio, que, como consta nas enciclopédias, “tombamento é o ato de reconhecimento do valor cultural de um bem, que o transforma em patrimônio oficial e institui regime jurídico especial de propriedade, levando em conta sua função social.” Um bem cultural é "tombado" quando passa a figurar na relação de bens culturais que tiveram sua importância histórica, artística ou cultural reconhecida por algum órgão que tem essa atribuição. Logo, esta necessidade se justifica porque ela está abeirada à razão histórico-cultural, face a esta inequívoca função social de sua existência. Juazeiro do Norte, por exemplo, é aquilo que sumariamente Mons. Murilo de Sá Barreto já expressava com grande simplicidade e verdade: “Juazeiro é uma terra de pouca Geografia e muita História.” E, realmente, não obstante a exiguidade de seu território, o chão juazeirense é hoje reconhecido, mesmo tão jovem, como a sede de acontecimentos notáveis. Daí porque sua história seria naturalmente plena de muitos bens materiais e imateriais. Não obstante esta tão simples constatação, nada tem-nos acontecido de consequente, por exemplo, a ponto de termos um acervo de arquitetura representativa, especialmente do que já reconhecíamos nas heranças dos séculos XIX e XX. Na longa lista a lamentar, foram-se os casarões do entorno da Praça da Liberdade, da Rua Nova, da Rua do Brejo, do Largo da Matriz, da Rua Grande, os famosos valados da Sedição de um século atrás. E nisto, se a picareta fosse de mais ativo plantão, quase já não existia a velha muralha do Horto, não fosse a obstinada vontade do Pe. Ventureli. Quando lemos nos livros de nossa História até parece que a cena foi longe daqui. Até parece que estas tão ricas páginas são fruto de uma imaginação prodigiosa que gerou uma belíssima peça de ficção. É, Antonio, não é que eu e você sejamos apenas esse tipo de animal em extinção, destes que choram e tem raiva do que nos acontece neste particular. Não é o saudosismo, apenas, o que nos move. Enfim, qualquer dia destes quero ler o resultado deste seu levantamento, daquilo no qual você pôs seus olhos atentos para nos relatar as perdas e danos. Mas, também, para por um sentido crítico e objetivo sobre o que ainda temos tempo para salvar. De antemão, já lhe digo, Antonio: estamos plenamente solidários com este seu sofrimento que se antecipa. 

047: (02.07.2014) Boa Tarde para Você, Silvestre José da Silva
Há muitos anos atrás, ainda um garoto que ia à nossa Matriz de Nossa Senhora das Dores para funções religiosas na companhia da família, eu comecei a prestar atenção ao trabalho dedicado dos sacristãos. Ainda cedo, compreendi que aquela gente tinha algo em particular na sua dedicação e amor ao que fazia. Por isso, refiro-me a você, Silvestre, como um destes últimos de longa sucessão, pessoa que admiramos por seu exemplar serviço ao nosso Santuário, a nossa atual Basílica Menor da Mãe das Dores. Ainda menino, segui, mesmo à distância, o João Lima, um sobrinho do velho vigário Mons. José Alves de Lima, de quem admirava os cuidados com a sonorização da igreja, dando um toque importante pela seleção de músicas sacras que embalavam a nossa concentração e permanência nas orações. Depois vieram, sem que atropele a ordem, o seu Álbis Sobreira, o Evangelista, o seu Miguel, o Agostinho, sem falar dos serviços complementares da Martinha, da Maria Ângela e de tantos outros. Você, Silvestre, já nos chegou aqui no começo em 1983. Tinha aí os seus 40 anos, pois eu soube que você nasceu em 12 de junho de 1943. Vinha da localidade de Curral de Pedras, no município de Nazaré, no Piauí. Pe. Murilo de Sá Barreto o acolheu naquele primeiro de dezembro de 1983, com carinho, porque logo percebeu alguns dos seus valores mais preciosos na criatura que é: simples, disponível, de hábitos modestos, um homem manso e bom, de grande honradez e caráter, de profunda convicção na fé que adotou, sendo um cristão autêntico, devoto de Nossa Senhora de Nazaré que a celebra a cada 8 de setembro. Pe. Murilo tinha grande admiração por você, Silvestre, nem é preciso lhe dizer. Ele o tratava como o “meu Santo Antonio de batina”, certamente lembrando o perfil e o traje simples com que você chegou aqui. Ele costumava nos falar de sua pessoa, realçando seu zelo com tudo o que dizia respeito à preparação das funções religiosas e as necessidades básicas para fazer funcionar a igreja-matriz diante de tanta afluência. Desejou sempre lhe proteger e à sua família, trazendo mais para perto e ensejando que você utilizasse a casa anexa da Matriz, na Rua Izabel da Luz. Aí, enquanto se entregava a esta admirável função de guardião de nosso templo maior, você viu crescer a família com os filhos Marcelo, Francisca e Maria de Jesus, estes mesmos que já lhe deram os netos Carlos Henrique e Pedro Lucas. Admiro você, Silvestre, que é uma pessoa de grandes méritos, um perfeito servidor que não obstante as canseiras do dia-a-dia não descuida das atenções familiares e de tudo mais que lhe fortalece na vida. Aos setenta e um anos de idade, você nos dá o exemplo desta prática diária que tanto dignifica o cidadão. Ao se recolher em casa, você não abre mão das suas orações pelo dom da vida, a reza do terço, as novenas, e a coroação de Nossa Senhora. Falar destes seus mais de trinta anos conosco, Silvestre, é, principalmente, dizer do nosso agradecimento por tudo aquilo que veio dos seus préstimos tão voluntários, da sua competência tão esmerada, e da sua solidariedade que sempre nos comoveu. Que Deus te conserve assim, e se assim for, até o final dos tempos.

CINE ELDORADO
Dentro do Projeto Oscar, o Cine Eldorado (Rua Padre Cícero) estará apresentando nesta sexta feira próxima, dia 4, às 20 horas, o filme Rosa da Esperança (Mrs. Miniver; Estados Unidos, 1942; Tempo: 134min); Diretor: William Wyler, com o seguinte Elenco: Greer Garson (Sra. Miniver), Walter Pidgeon (Clem Miniver), Teresa Wright (Carol Miniver), Dame May Whitty (Lady Beldon), Reginald Owen (Foley), Henry Travers (James Ballard), Richard Ney (Vin Miniver), Henry Wilcoxon (Vicar), Christopher Severn (Toby Miniver), Brenda Forbes (Gladys – Housemaid), Clare Sandars (Judy Miniver), Marie De Becker (Ada – Cook), Helmut Dantine (German Flyer), John Abbott (Fred), Connie Leon (Simpson). Sinopse: Rosa da Esperança é um drama de Guerra. Baseia-se numa fictícia dona de casa britânica criada por Jan Struther, em 1937 para um série de colunas do jornal The Times. Venceu seis prêmios Oscar, incluindo o de melhor filme do ano de 1942. É a adaptação cinematográfica da homônima série de colunas criada por Jan Struther para o jornal foi produzida pela MGM. Sob a influência do Departamento de Informação de Guerra, o filme tenta descontruir a imagem da Inglaterra glamourosa que era passada pelos filmes de Hollywood do período pré-guerra. Para esse propósito, o status social elevado da família Miniver retratado nas colunas foi degradado e maior atenção foi dada à erosão de barreiras entre classes durante o período da guerra. Apesar de não tão rica quanto nas publicações de Struther, a Sra. Miniver da versão cinematográfica ainda vive na confortável casa intitulada Starlings; não no centro de Londres, mas num subúrbio perto do Tâmisa. A casa possui um amplo jardim com acesso ao rio e um barco a motor. O marido dela, Clem (apesar do sotaque do ator canadense Walter Pidgeon), é um arquiteto inglês bem-sucedido. Possuem vários empregados e um filho na universidade. Com o início da segunda guerra mundial, Vin, o filho mais velho, regressa da universidade e se apaixona por Carol Beldon, neta de Lady Beldon, uma aristocrata de Beldon Hall, uma mansão vizinha. Apesar de discordâncias iniciais, se casam. Com a iminente ameaça de ataques aéreos à Inglaterra, Vin decide fazer sua parte e se junta à Força Aérea Real como piloto. É enviado para uma base localizada perto da casa dos pais. Clem ajuda na Operação Dynamo com o barco a motor da família. Sozinha em casa, a Sra. Miniver encontra um piloto alemão ferido em seu jardim. Ela o alimenta, o desarma calmamente e avisa às autoridades locais. A Inglaterra começa a ser bombardeada diariamente e, enquanto Vin está na batalha com seu esquadrão, Carol é atingida e morta por um míssil. Os habitantes se refugiam numa danificada igreja local e, lá, determinam que irão lutar para defender o país e seu estilo de vida. O filme foi indicado para a premiação referente às produções de 1942 nas seguintes categorias: Melhor ator principal (Walter Pidgeon), Melhor Ator Coadjuvante (Henry Travers), Melhor Atgriz Coadjuvante (May Whitty), Melhor Edição (Harold F. Kress), Melhor Som (Douglas Shearer), Melhores Efeitos Especiais (A. Arnold Gillespie, Warren Newcombe, Douglas Shearer). Passou à história do cinema por ter ganho os seguintes prêmios referentes a este ano de sua produção (1942): Melhor Filme do Ano (MGM) (Sidney Franklin, produtor), Melhor Direção (William Wyler), Melhor Atris Principal (Greer Garson), Melhor Atriz Coadjuvante (Teresa Wright), Melhor Roteiro Adaptado (George Froeschel, James Hilton, Claudine West, Arthur Wimperis), Melhor Fotografia (P&B) (Joseph Ruttenberg).

REVISTA CARIRI
Já está circulando a Cariri Revista, em sua décima sexta edição. Na capa, "Padre Airton Freire e os caminhos da Fundação Terra". Também há uma matéria sobre os Lunáticos que muito animados e cheios de disposição, receberam a equipe da CARIRI de braços abertos, com muita comida e conversa, e muitas outras matérias. A Cariri Revista pode ser obtida na Pão & Cia (no Pimenta, Crato e na Lagoa Seca, Juazeiro do Norte), na Pasto & Pizza, de Juazeiro do Norte, no Hotel IU-Á, no Hotel Encosta da Serra e outros pontos. Mas você também pode garantir seu exemplar sendo assinante. Telefone para  (88) 3085.1323.






NOVAS RUAS
O Prefeito Municipal sancionou leis que denominam novas ruas na cidade, conforme os textos a seguir: Lei N.º 4338, de 25.06.2014, pela qual fica denominada de RUA LUIZ ALBERTO VAN
DEN BRULE MATOS, a artéria pública com início na Avenida Paulo Maia, no sentido Norte/Sul, e término na Rua Projetada “SD-2”, no Loteamento Crajubar Ville I, no bairro São José, na sede da urbe. AUTORIA: Vereadores José Adauto Araújo Ramos e Antônio Vieira Neto.
Lei N.º 4339, de 25.06.2014, pela qual fica denominada de RUA JAQUELINE DE MACEDO MACHADO PEREIRA, a artéria pública localizada entre as quadras 02 (dois) e 03 (três), 07 (sete) e 06 (seis) no sentido Leste / Oeste, entre as ruas Engenheiro José Onofre Marques e Domingos Rodrigues Barbosa, no Loteamento Crajubar Ville I, no bairro São José, na sede da urbe. AUTORIA: Vereadores José Adauto Araújo Ramos e Antônio Vieira Neto.
Lei N.º 4340, de 25.06.2014, pela qual fica denominada de RUA ABNAGO GOMES DOS SANTOS (BÁ DAS CARRETAS), a artéria pública localizada entre as quadras 01 (um) e 02 (dois), 08 (oito) e 07 (sete), no sentido Leste / Oeste, entre as ruas Engenheiro José Onofre Marques e Domingos Rodrigues Barbosa, no Loteamento Crajubar Ville I, no bairro São José, na sede da urbe.
AUTORIA: Vereadores José Adauto Araújo Ramos e Antônio Vieira Neto.
Lei N.º 4341, de 25.06.2014, pela qual fica denominada de RUA PEDRO JOAQUIM LANDIM, a artéria pública localizada entre as quadras 03 (três) e 04 (quatro), 06 (seis) e 05 (cinco), no sentido Leste/Oeste, entre as ruas Engenheiro José Onofre Marques e Domingos Rodrigues Barbosa, no Loteamento Crajubar Ville I, no bairro São José, na sede da urbe. AUTORIA: Vereadores José Adauto Araújo Ramos e Antônio Vieira Neto.
Na foto de nosso arquivo: Jantar festivo do Rotary Clube de Juazeiro do Norte, na Churrascaria Acapulco, na Rua Alencar Peixoto, presidido por Edgar Coelho de Alencar, para homenagear técnicos da Universidade da Califórnia, integrantes do Projeto Morris Asimow, presentes, da esquerda para a direita: Zeca da Cruz, Luiz Afonso Gomes, Luiz Alberto van den Brule Matos, Luiz Cidrão de Oliveira, (não identificado), Joaquim Edvan Pires, José Humberto Mendonça e Luis Bezerra de Sousa, em Maio de 1963.