domingo, 29 de abril de 2012

29,94.2012
LUTO OFICIAL
Frequentemente ouvimos falar e lemos pela imprensa que foi decretado luto oficial em alguma esfera (municipal, estadual ou federal). O que é isto? A menção, sempre acompanhada de um ato formal, até publicado em Diários Oficiais, encerra a manifestação de pesar da coletividade, representada pelo poder legislativo ou executivo, como forma de testemunhar esta tristeza pela perda de uma pessoa, sempre mencionada pelo relevante serviço prestado. Há quem diga que isto não vale nada. Não tem repercussão na prática. Por exemplo, não suspende o expediente de uma repartição (pelo menos, não deveria), não é ponto facultativo. Às vezes pode incluir uma menção de que (Município, Estado ou União) vai bancar os custos de velório e sepultamento. Um fato digno de menção, é que o Decreto Federal que estende este procedimento a Estados e Municípios, fala de autoridades civis e militares. Era de se esperar que ex-autoridades não estivessem aí incluídas. Mas, este é um sentimento até perverso a ser ponderado diante do infausto, por qualquer circunstância. Então, ativos ou inativos na função pública passaram a receber a reverência. O indicador mais visível desta menção é o hasteamento da bandeira a meio mastro, que deveria ser sempre içada com uma fita de crepe. Outro fato é a publicação tardia da menção, através do Diário Oficial. Um caso recente bem ilustra o que estamos relatando. Dr. Ailton Gomes de Alencar, médico, ex-prefeito de Juazeiro do Norte, faleceu no dia 21.04. Foi decretado luto oficial no dia 23 e o ato foi publicado no dia 24, mas somente no dia 25 aparece na página da PMJN na internet. Os três dias passaram a contar a partir da publicação, portanto, 23, 24 e 25.04. Neste caso, o presidente da CMJN terminou por inserir algo em proveito próprio da Câmara: suspendeu a reunião ordinária da CMJN, no dia 24, embora não tenha decretado ponto facultativo da repartição. Muito mais importante que isto é o sentimento da coletividade com respeito ao desaparecimento do cidadão, mais que estas formalidades oficiais. (Na foto, arquivo do Portal de Juazeiro, o então prefeito municipal de Juazeiro do Norte, Dr. Ailton Gomes de Alencar, recebe no Aeroporto Regional do Cariri o comandante da 10ª. Região Militar, em visita a Juazeiro do Norte, para a instalação do Tiro de Guerra em nova sede, no citado Aeroporto).

CIDADÃO JUAZEIRENSE
A Câmara Municipal de Juazeiro do Norte aprovou a Resolução N.º 609, de 10.04.2012 que concede Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Sr. Rafael Ribeiro Rayol, pelos relevantes serviços prestados à nossa comunidade. A autoria foi do vereador José Tarso Magno Teixeira da Silva; coautoria: Glêdson Lima Bezerra; e subscrição de José de Amélia Júnior, Domingos Sávio de Morais Borges, Firmino Neto Calú, Cícero Roberto Sampaio de Lima, José Nivaldo Cabral de Moura, José Adauto Araújo Ramos, Antônio Ferreira dos Santos, Rubens Darlan de Morais Borges e Mirantércia Rodrigues Castelo Branco Sampaio. O ato foi publicado no Diário Oficial do Município, 24.04.2012. O Dr. Rafael Ribeiro Rayol é membro do Ministério Público Federal, em Juazeiro do Norte.
 XILOGRAVURA NO MUSEU DO CEARÁ
No mês de maio próximo, será aberta no Museu do Ceará (centro de Fortaleza) a exposição Xilógrafos de Juazeiro, que exibirá o acervo de Geová Magalhães Sobreira, com curadoria de Gilmar de Carvalho. Colecionador e estudioso da arte, especialmente com respeito à sua mais legítima expressão em Juazeiro do Norte, Geová reuniu em muitos anos de dedicação um acervo precioso onde se incluem tacos originais de muitos xilógrafos, desde os primeiros anos do século XX, como Mestre Noza, João Pereira da Silva, Damásio Paulo, Manoel Lopes da Silva, e outros. Geová é autor de um livro com este título – Xilógrafos de Juazeiro, em segunda edição. 


 MILAGRE EM JOASEIRO
O Armazém da Cultura (Fortaleza) está trabalhando no projeto de reedição (terceira edição brasileira) do precioso livro de Ralph Della Cava – Milagre em Joaseiro. A segunda edição da obra data de 1977 e já ia se tornando uma raridade bibliográfica. Com a concordância das partes (Ralph Della Cava, Columbia University Press, e Editora Paz e Terra), alguns amigos de Ralph Della Cava estão trabalhando no sentido de que esta edição brasileira seja realizada em elevado padrão gráfico, como a obra bem merece. O volume em produção, além do texto consagrado, revisto para retirar imperfeições, mesmo sem acréscimos, virá também contendo um estudo do prof. Diatahy Bezerra de Menezes e o texto íntegro de belo discurso de Ralph pronunciado em Juazeiro do Norte, por ocasião do último Simpósio Internacional. O arquivo deste Portal de Juazeiro está colaborando com o empreendimento, pondo à disposição da equipe de produção do Armazém da Cultura, centenas de imagens históricas de Padre Cícero e de Juazeiro do Norte à disposição do que se pretende inserir na obra como relevante contribuição iconográfica.
 MARCO ZERO
Quando, em passado recente, no início das discussões sobre obras para a celebração do Centenário, juntamente com um grupo (Daniel Walker, Renato Dantas e Renato Casimiro) sob a coordenação do prof. José Carlos dos Santos, secretário de Turismo e Romarias, tivemos a oportunidade de levantar a ideia de construção de um marco específico da celebração, pela construção de um espaço público que aludisse ao início da formação desta hoje tão expressiva cidade caririense. Foi aí que nasceu, pelo final de 2008, a ideia da construção de um espaço que se denominasse de Praça do Marco Zero. Alguns elementos foram ponderados: mais uma área de domínio e recreação pública, o sentido histórico do resgate, a melhor urbanização da área ainda degradada do entorno da Basílica, etc. A sugestão foi entregue à arquiteta Gizele Menezes que produziu uma beleza de projeto, que acrescidos das especificações passou a ser integrado ao chamado conjunto de obras estruturantes do Centenário. Mas, antes, houve uma preocupação que tomou conta de todos nós. Onde foi que, efetivamente, a cidade nasceu. Por relatos memoriais já conhecidos, especialmente com a obra pictórica de Assunção Gonçalves, sabia-se da construção da capelinha de 1827, como para além do adro da atual Basílica, mas, onde, dentro das arcadas da Basílica, ou fora? Um detalhe encontrado logo na primeira edição de O Rebate, ao situar a sede do jornal (Rua Pe. Cícero 343) nos ajudou a compreender e a determinar com razoável precisão o ponto no qual este Marco Zero deve ser situado. E assim foi. Através do Google Earth (imagem de satélite), realizamos a medida com 343 metros, a partir do velho edifício de O Rebate, bem documentado fotograficamente, e até referido no testamento do Pe. Cícero, na direção da Basílica, e finalmente determinamos o ponto zero. De fato, o terreno estava disponível, pois embora pertencente ao Estado, pela doação de área onde estava sendo construída unidade multifuncional, não havia nenhuma previsão de sua utilização. Ao que sabemos, Município e Estado se acertaram para a localização da obra que, finalmente, depois de negociações para o seu financiamento, começa a ser construída, como este Portal divulgou. Essa é uma pequena história dos bastidores de uma obra que vimos esperamos, para que o Centenário seja marcado, como foi em tempos passados a festa do Cinquentenário. Só que sobre esta última temos a lamentar que o tempo e os homens determinaram a sua destruição, para que se construísse o Memorial Padre Cícero. Isto, como já advertia, muito bem humorado, o saudoso Pe. Murilo de Sá Barreto, “faz parte do microprocesso histórico de Juazeiro do Norte.”